Wednesday, December 06, 2006

Aborto

Aborto: (ô). [Do lat. abortu.]S. m. 1. Med. Ação ou efeito de abortar (1); abortamento, amblose, móvito; mau sucesso. [Sin. fam.: desmancho.] 2. Jur. Interrupção dolosa da gravidez, com expulsão do feto ou sem ela. 3. Indivíduo disforme; monstro. 4. Monstruosidade, anormalidade, anomalia. 5. Insucesso, malogro. 6. Fig. Produção imperfeita, defeituosa: & 7. Fig. Coisa rara, incomum, espantosa, extraordinária: 2 [Pl.: abortos (ô). Cf. aborto, do v. abortar.]

Interessante lidar com o dicionário. Esse negócio de procurar uma palavra, que te leva à outra, e à outra e, de repente, lá se foram duas horas de consultas. Normalmente a palavra original - aquela uma que te fez pegar o livrão, afinal de contas - se perde na enormidade de significados encontrados depois. Isso é o que faz a minha avó. E o que faço eu. E imagino que muitas pessoas mais. Essa idéia de escrever sobre uma palavra sorteada ao léu do Aurélio surgiu pra juntar a vontade de escrever com o eterno vício da procura de novos vocábulos. A definição aí de cima foi a última sorteada. Confesso que fiquei (e continuo) meio sem saber por onde começar. Pelo menos ficam esclarecidas as pretensões atuais deste blog, que eu espero não malograr.

Sunday, November 26, 2006

Xipaia

Xipaia Bras. S. 2 g. 1. Etnôn. Indivíduo dos xipaias [ou (etnôn. bras.) *Shipaya], povo indígena da família lingüística juruna, tronco tupi, que habita o PA. Adj. 2 g. 2. Pertencente ou relativo a esse povo.
[F. paral.: axipaie.]

Maria Xipáya é a última no Brasil a falar o idioma Xipaia. Não tem com quem conversar em seu idioma materno, já que outros membros de sua tribo sabem algumas palavras, mas não tantas que sejam suficientes para entabular uma conversação.

Essa é mais uma história triste, em meio a tantas histórias tristes sobre os índios do Brasil. Essa, aliás, talvez nem seja a mais triste das histórias, visto que os Xipaias ainda existem e que Maria, mesmo sendo única, ainda sabe falar o idioma.

Não é a mais triste, porque existe uma pesquisadora que trabalha com Maria desde 1988 para fazer um dicionário da língua Xipaia, que vai morrer, mas não se extingüir.

Do artigo que conta tudo isso sobre os Xipaias, segue uma pequena pérola:

"O tio de Maria, Durica, era o pajé da tribo. Sua filha, Izabel, prima de Maria, afirma que costumava vê-lo incorporando espíritos e fazendo suas curas. Uma vez Maria diz que passava muito mal do estômago. O pajé foi chamado e disse que ela tinha ingerido a comida de uma panela que ficara aberta durante a noite. "O bicho da escuridão tinha cuspido lá dentro", diz ela. Ela afirma que, depois das rezas e dos remédios do tio, ficou boa."

Fico imaginando se "O bicho da escuridão tinha cuspido lá dentro", dito em Xipaia, é assim, tão singelo.

Wednesday, May 31, 2006

Pentacarpelar

Pentacarpelar [De pent(a)- + carpelar.]Adj. 2 g. Bot. 1. Diz-se do ovário ou do fruto formado por cinco carpelos.

Eu achava botânica um saco quando estava no colegial. Citologia, genética etc. sempre gostei, quase achando que ia fazer uma graduação nessa área. Mas não. De qualquer jeito, nunca foi minha praia saber o que eram monocotiledôneas, dicotiledôneas, gineceu, androceu... Acho que a única coisa que aprendi foi pra quê serviam o xilema e o floema, algo que sei até hoje mas que nunca me serviu pra nada. Quer dizer... já vi quem matasse uma árvore por "estrangulamento" por causa deles. E só.

Friday, April 07, 2006

Marketing?!?

Uma vez um amigo meu me falou uma coisa que nunca me saiu da cabeça: "Precisa existir um marketing das Ciências Sociais." A idéia de que o futuro do cientista social consistia somente no trabalho acadêmico era extremamente comum, dentro e fora da universidade. Era isso: o mundo não sabia pra quê mais a gente servia, por excesso de falta de propaganda. Nos últimos dias, essa idéia vinha me perseguindo por causa do Marcos Pontes, o astronauta brasileiro. Era como se, de repente, o Governo tivesse comprado ingresso pra um moço simpático de Bauru dar uma voltinha pela Terra, só que do lado de fora. Pela falta de marketing, entre outros problemas, fomos obrigados a ouvir de tudo um pouco sobre a Missão Centenário, o astronauta, a ISS. Comecei a pesquisar muito pra escrever sober o assunto, me embrenhando no diz-que-me-diz-que da imprensa, nacional e internacional. Cheguei a reunir uma porção de argumentos interessantes sobre o assunto, até tropeçar com a seguinte frase:

"Lula is famous for his allusions to sports in speeches - always welcome in soccer-crazed Brazil."*

O artigo era sobre a conversa de Lula com Marcos Pontes, quando o chefe de Estado disse para o astronauta voltar logo, porque o seu time (Noroeste) não andava lá muito bem das pernas. Sem discordar do amor dos brasileiros pelo futebol e por um sem número de outras coisas que são características do Brasil, mas não definidoras por si só do país, perdi toda a vontade de falar do astronauta. É consternador verificar a redução do nosso país ao samba, à violência, ao futebol, ao jeitinho, à bunda... É... Ainda poderia ser pior:

"Lula is famous for his allusions to big butts in speeches - always welcome in butt-crazed Brazil."

É de doer...

* "Lula é famoso por suas alusões aos esportes em seus discursos - sempre bem vindas no Brasil, fanático por futebol." (Fonte)

Thursday, April 06, 2006

Jeremiada

Acordar. Não acordar. Virar pra todos os lados. Pensar "ugh!". Bom Dia Minas. Belo Horizonte. Renato Machado. Enobobo. Maria. Esportes. Mais Você. Record. Marcos Hummel. A outra moça que não é mais a Janine Borba. Ugh! Cachorros "Nermal" pedindo carinho, atenção e comida. Comida. Comida. Desce! Sai daí! Verticalizar. Banho. Tô gorda. Roupa. Nesfit (...). Café. Marcos Hummel na TV grande. Ânimo... Ânimo... Não tem ânimo, bora trabalhar. Atraso muito grande, quase sempre. Trânsito. Palavrão. Trabalho. Internet. Trabalho. Almoço. Casa. Casa da mãe. Cachorros "Nermal" pedindo carinho, atenção e comida. Comida. Comida. Desce! Sai daí! Espanhol. Não tem ânimo, bora trabalhar. Tá quase na hora. Deu a hora. Espera o fulano chegar. Passa da hora. Atraso. Casa. Pilates. Yoga. Corrida (hã?). Casa. TV grande. Banho. Tô gorda. TV grande. Livro. Despertador. Não quero dormir, senão amanhã vai chegar. E vai começar tudo de novo.

Tuesday, March 14, 2006

Só sei...


... que o frio faz bem para o cérebro.

Sunday, March 12, 2006

Epifania

Acabo de "sofrer" uma epifania.

Depois de todo o tempo que esperei pra tudo funcionar (computador ligar, internet conectar, dedos obedecerem... enfim), não me lembro de epifania alguma. Só fiquei com uma raiva sem tamanho de tudo.

Desde o Bill Gates até à própria epifania.

Friday, March 10, 2006

"Escreve aí, pô!"

Eu falo demais. E escrevo de menos. Escutei tanto que eu devia tentar e ver se flui o tal do texto que resolvi que tava na hora. Na verdade, não estou bem certa se tava na hora mesmo ou não. Pior pra mim. E pra você também.