Wednesday, July 23, 2008

Sofre...



Já faz um tempo que essa foto está nos meus rascunhos. Eu tenho certeza ela pode suscitar grandes idéias, assim como tenho certeza que o que segue não é uma grande idéia. Mas eu precisava postar. A foto, digo. E dá uma vergonhinha ficar postando foto dos outros sem dar sequer uma opinião.

Tem gente que vive com a salsicha equilibrada no nariz. E não sabe. Digamos que seria o mesmo princípio da máxima: "Deus não da asa pra cobra"... Essa cara de passado do cachorro estaria dirigida, então, para quem o está olhando. Ele pensa "por que será que essa pessoa está me olhando com uma cara tãããão esquisita?". E a salsicha lá. O paradoxo é que a oportunidade fica balançando, sem cair. E o cachorro nada. Se falasse, iria reclamar da vida como um condenado, clamando aos quatro ventos - e quase torrando sem perceber - por um lugar ao sol.

Tem gente que vive com a salsicha equilibrada no nariz. E sabe. Gente que marca pontos por uma obediência espartana. Ou pensa que marca. Nesse caso, a cara de passado do cão estaria dirigida ao seu chefe (em outras palavras, aquele grandessíssimo filho-da-puta que - por motivos que nem ele, nem o pobre do bicho geralmente sabem - sujeitou o coitado do cachorro em uma situação tão ridícula). Nesse caso, se o peludo falasse, creio que sairia qualquer coisa mais ou menos assim: "dada a minha lealdade, tenho certeza de que, algum dia, ele vai me deixar comer essa salsicha".

Com certeza existem montes de outros tipos de gentes e salsichas por aí. Sabendo, não sabendo. Comandando, sendo comandado. Dureza é saber que, na maioria das vezes, o cachorro fica mesmo é de barriga vazia.